segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Frágil



Era um sonho de anseios encharcado
Acordou um dia seco como a prece
Destas que se faz em pecado
E a conexão não se estabelece

Era um sonho patético
Desses que carece alforria
Que se debate como epilético
Privação de sentido e agonia

Afogou-se na secura racional
Das pseudos paixões dominantes
Que sem cura margeia o emocional

Nasceu de uma aventura delirante
Sem solo fértil perdeu a raiz principal
Morre como brotou, num instante

sábado, 24 de outubro de 2015

Valdez

Canção Da América
Milton Nascimento


Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar




domingo, 14 de outubro de 2012

Desvario

Desvario

Fiz a trilha, bem feitinha,
tirei pedras e espinhos,
aplanei e contemplei...
plantei sementes nas beiras...
o caminho floresceu..

Ficou lindo o meu caminho,
sombras verdes, sol e lua
passarinhos e ar puro...
mas a vida, minha vida
caçoou e riu de mim...

OlgaMatos
02/09/2012

Alvoradas

Pois que então em todas as madrugadas,
o arrebol não nos tem presenteado,
com as cores da alvorada
sempre a postos , mesmo que sol não haja?

Carregamos o fado do amanhecer,
a soer louvores de doce viver
e cada vez que o queremos ver,
somem , opacos  ,  no anoitecer!

Ah! Alvoradas dos meus dias!
Passarada solando   cantorias...
onde foram se esconder?

Alvoradas se foram e voltaram...
tangeram mares , ternos cismares...
agora jazem nas estrelas...
OlgaMatos
mai/2002

Algo menos


Algo menos...

24/09/2006
OlgaMatos

Algo é apelido dado
a sentimento pouco, quase nada
que nos leva a optar
pela solidão e a saudade.

Saudade gera  combustão
acorda   lembranças...
afeta a emoção.

Ansiedades boiando vão...

Algo  suspira agoniado,
sopra soledade,
força opção.

Solidão, ah, solidão!

Saudades boianso vão....

domingo, 9 de setembro de 2012

eu




eu,eu,eu,eu.....

Rosa Pena

Não aprecio aqueles que para valerem os seus direitos usam até de violência. O motorista que se o sinal estiver aberto pra ele, atira o carro no transeunte para mostrar que ele está com a razão. O inflexível na fila com um carrinho lotado que não deixa a moça com só um artigo passar, pois ela que vá para a caixa de poucos volumes. Na sala de espera do doutor o senhor com o rosto contorcido de dor tem que aguardar, pois a vez é da senhorita executiva que não pode perder um segundo. Aqui caberiam mil exemplos do “Eu estou correto, logo não abro mão de nada”, ainda que esse tipo de atitude sacrifique uma sociedade que poderia ser mais entrosada, atuante e menos agressiva.
Não tenho nada contra os direitos de cada um em si, mas a sua execução nas mãos de gente mesquinha é uma faca afiada. Nada de concessões absurdas, mas vale lembrar o jeito debilitado de nossa vidinha por conta de uma altivez medíocre, que em vez de fazer valer à vera os direitos dos cidadãos, desmorona os princípios de coletividade.