domingo, 30 de maio de 2010

secura

angélica t. almstadter


quantas foram as portas
que se fecharam para mim
e quantas abri na marra
quantos foram os risos que engoli
e quantas gargalhadas espalhei
perdi a conta de quanto reboco comi
escalando paredes que não venci
e o mar de palavras que verti
para não afogar sentimentos
nem entalar na garganta arranhada

agora olho ao meu redor
vejo uma mansidão
um silêncio de mim
um estio de sentimentos
uma secura de solidão
que mal me reconheço

2 comentários:

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