sábado, 12 de junho de 2010

Catarse









Angélica T. Almstadter


Será que deveria revelar meu disfarce,
Expor de cara lavada meus dotes tímidos?
Talvez assustasse meu medo e a catarse
Que escondo atrás desses gestos insípidos.


Delicadeza de palavras morrem à míngua,
Onde a presença nem sempre se nota.
Sobra hipocrisia quando falta papas à língua;
Circo e platéia para o bobo da moda.


Não vale um tostão a vaidade da verdade,
Só há mesmo escombros na realidade,
Que vale tão menos que a sinceridade...


Pois que morra como nasceu o segredo;
Forte e imbatível como um rochedo,
Hoje não faz mais sentido tanto medo.

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