sábado, 18 de dezembro de 2010

O papagaio.



O cam­pinho como era cha­mado o ter­reno baldio que fi­cava atrás da casa àquela hora estava va­zio. O que lhe proporcionou uma alegria safada.

Queria testar primei­ra­mente antes de mostrar aos amigos o papagaio que fizera com ajuda do pai na noite anterior.

Olhando para os lados viu que o dia estava exce­lente. O vento so­prava docemente o que prometia boa diversão. Paci­ente esticou a li­nha e sem muita dificul­dade conseguiu colocar o papa­gaio no ar.

A linha quase totalmente esti­rada produzia na sua mão vi­brações pequena que ao seu comando o papagaio subia, descia e com pequenos toques na linha fazia com que ele embi­casse ora para a esquerda, ora para a direita.

Já previa a estupefação dos amigos, as ex­clamações de admiração. Veriam que agora eles tinham um compe­tidor à altura, sor­riu satisfeito.

Nisso ao dar um puxão um pouco mais violento, a linha perdeu a força. O pipa estava caindo. Largou a lata de li­nha e saiu cor­rendo. O campinho não era grande, mas o vento para desespero do ga­roto arrastou o pipa para o outro lado da rua.

Estava quase perto do pipa caído no asfalto quando viu surgir o carro vindo pelo lado es­querdo. Aflito ele acelerou as pernas e gritando e gesticu­lando os bra­ços procurou chamar a atenção do mo­torista.

Porém o veí­culo au­mentou a velocidade não dando oportunidade para que ele che­gasse a tempo para salvar o papagaio. Com os olhos fixos cheios de lá­grimas pegou os destroços do chão e com passos lentos en­trou em casa.

Pastorelli

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