sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Espaços

Angélica T. Almstadter
 
 
Grande esse vazio que cresce
espande por todo o espaço.
Enormes esses nadas que se amontoam
amoldando formas vazias e sem cor.

 
Dentro desse infinito espaço
que a nenhuma lógica obedece;
verdadeiros, só os sons que ecoam
mutilados por vozes em dor.
 

Deslocando-se de lá pra cá,
de cá pra lá, à deriva,
trombam com silêncios ácidos,
falas ocas e criações pífias
fingindo possuir gentil sabor.

 
Tantos compartimentos azuis
rosas e furta-cores, já emboloram
sob o cansaço da luz tênue que se apaga.

 
Foram recolhidos os sóis,
as luas e seus mistérios surdos,
não mais razão para colecionar:
ilusóes, sentimentos, nem chuvas doces;
atrás do pano  a vida envelheceu
de tanto esperar...

2 comentários:

  1. ESTOU LHE SEGUINDO NOS DOIS BLOGS.

    E ESTA POESIA É REALMENTE DE EXCELENTE QUALIDADE.

    ..."verdadeiros, só os sons que ecoam
    mutilados por vozes em dor".

    PARABÉNS!

    UM ABRAÇÃO CARIOCA.

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita. Esperamos que volte