segunda-feira, 12 de julho de 2010

Crepúsculo de um onanista

Crepúsculo de um onanista
Herculano Alencar

Tocava na fanfarra da escola
um instrumento tosco qual cuíca.
No vai e vem fazia pulitrica,
como se suas mãos fossem de mola.

Era um menino feio e bom de bola!
Nunca sentiu olhares de desejo!
E se alguém um dia deu-lhe um beijo,
prendeu-lhe o passarinho na gaiola.

E foi crescendo enquanto inda tocava,
e foi tocando enquanto inda crescia,
até ejacular, em poesia,
as musas que pra si imaginava.

Hoje, que já não toca na fanfarra,
faz farra nas sessões de terapia.

cula

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