domingo, 11 de julho de 2010

Gosto de sangue


Angélica T. Almstadter

Vermelho é meu avesso fogo
Enraizado de chamas ardentes;
Luxo fácil para entrar no jogo
Onde o que vale são as vertentes.

Mas o azougue se afunila na entrada
Espreme e entra pelas frestas,
Faz meu coração em disparada
Uivar e sair em busca de serestas.

Zombo e rio no fio afiado sem defesa
Com o fogo do meu vermelho sangue,
Nada pode doer mais do que a acesa

Solidão inocente que me fere e tange
Em coágulos de uma inútil certeza,
Para eu sinta o gosto do desejo exangue.

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